domingo, 25 de agosto de 2013

MACHA CONTRA O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA EM CURITIBA


            Na quinta feira dia 22 de agosto, estudantes negros/as da Universidade Federal do Paraná, membros do movimento negro, da rede de mulheres negras e demais pessoas da sociedade, foram para as ruas de Curitiba com cartazes, megafone e instrumento de percussão para protestarem contra a morte e a criminalização da população negra e contra a institucionalização do racismo na cidade de Curitiba, a Marcha contra o genocídio da juventude negra ocorreu na cidade e em todo o país.
            A Marcha iniciou em frente á prefeitura com uma parada no Largo da Ordem, seguiu para a “Boca maldita”, na rua XV de novembro. Na parada realizada no Largo da Ordem foram lembradas as memórias das pessoas que “tombaram” na luta contra o racismo no Brasil e no mundo e as que continuam enfrentando essa realidade brasileira. Também foi falado sobre a falsa democracia racial difundida no Brasil há décadas, ideia que não passa de um mecanismo para silenciar as tentativas da população negra de se articular na busca pela igualdade, direito e oportunidade.
            Na Boca Maldita foi recordada a falsa ideologia de Curitiba como “cidade europeia” que busca invisibilizar a presença da população negra da cidade. A população negra de Curitiba existe e foram às ruas para mostrar a sua cara e o seu corpo negro. Foi lembrado também o fato de que as políticas públicas do Estado Brasileiro não dão conta de atender à população negra em suas necessidades e direitos básicos.
            A marcha terminou com um grande círculo na boca maldita onde foram rememoradas as estatísticas de homicídio da população negra, na qual apresenta que a cada quatro jovens que morrem no Brasil, três são negros. E, que a violência contra os negros em Curitiba é a mesma que em São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e demais cidades, ela ocorre porque se trata de uma questão racial; esses jovens estão morrendo simplesmente por serem negros.

“Vem pra rua, vem contra o racismo!”.






























segunda-feira, 12 de agosto de 2013

AULA INAUGURAL DO CURSO INTENSIVO DE FORMAÇÃO PRÉ-ACADÊMICA: AÇÃO AFIRMATIVA NA PÓS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


           Na manhã do dia 12 de agosto às 9 horas, foi realizada na sala Homero de Barros da Universidade Federal do Paraná, a aula inaugural do Curso intensivo de formação pré-acadêmica: Ação afirmativa na Pós. O curso é uma iniciativa promovida pela UFPR através de suas Pró-Reitorias de Graduação (PROGRAD), do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (NEAB) e Núcleo Universitário de Educação Indígena UFPR (NUEI).  O curso será realizado no período de 12 de agosto a 10 de setembro de 2013 com oferta em dois turnos de 8 horas diárias, de segunda à sexta-feira. O objetivo é preparar os alunos para ingressarem na pós-graduação (mestrado ou doutorado).
            A aula inaugural foi iniciada com uma mesa composta pelo professor Paulo Vinícius da Silva do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE-UFPR) e membro do Núcleo de Estudos Afro brasileiros (NEAB-UFPR), pela cientista social Márcia Regina Santos de Jesus, pelo professor Paulo Borges do Movimento negro de Curitiba, pela professora Andréa Rocio Caldas, diretora do Setor de Educação, pela professora Deise Picanço, coordenadora da Pró-Reitoria de extensão e cultura (PROEC), pelo professor Edilson Silveira, coordenador da Pró-Reitoria de pesquisa e Pós-graduação da UFPR e pelo Reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrino.
          O professor Paulo Vinícius abriu à solenidade e falou da importância da realização desse curso na UFPR.  Nesta fala ressaltou a fragilidade socioeconômica de vários alunos/as durante a graduação, o que contribui para uma desistência e elevar a desigualdade na participação do processo seletivo para ingressar na pós-graduação. O mesmo reforçou a importância da inserção dos graduados/as negros/as na pós-graduação, uma vez que a conclusão do curso não é suficiente, em muitos casos, para o acesso ao mercado de trabalho. A graduada em Ciência Sociais Márcia Regina falou da importância que é para ela e demais colegas da graduação essa preparação para acessar o mestrado e o doutorado, uma vez que a mesma desigualdade de oportunidade existente para o acesso à graduação persiste no acesso à pós-graduação.
            O professor Paulo Borges, disse que o programa de cotas raciais é uma realidade na UFPR e lembrou a militância do movimento negro que desde os anos 1980 incluía em sua pauta de discussões, as ações afirmativas na Universidade e um olhar mais cuidadoso para a educação como um todo. Lembrou sobre a importância da lei 10639/03 como importante forma de apoio do Estado à construção da educação inclusiva nas escolas dentro da proposta das ações afirmativas na educação. O professor Borges falou do cursinho pré-vestibular para negros/as, que existe a dez anos e lembrou o fato de alguns alunos/as que passaram por essa preparação estarem formados em diversos cursos da graduação e, outros na pós-graduação, alguns poucos, estudando no exterior além de outros com doutorado ensinando em várias partes do país.
            A professora Andréa Caldas disse que ainda não existem condições igualitárias para todos/as da comunidade acadêmica. Pois se sabe que há questões fundantes para educação superior e também para a educação básica e, que estas precisam serem resolvidas. Ela ressaltou que é “a presença dessas pessoas que faz com que a universidade tenha sido obrigada a se repensar com mais urgência” na sua forma de incluir todos/as da sociedade no ensino superior. Andréa Caldas lembrou também da importância de se formar intelectuais negros/as para que possam estudar e contar a sua própria historia com autonomia, pois a universidade é financiada por todas as pessoas, logo ela é o espaço de todos. Assim, ela concluiu que é necessário construir uma educação inclusiva para que no futuro não se necessite de programas ou leis de cotas nas universidades, uma vez que a educação será igual para todos. A professora da Educação vê que o grande desafio da UFPR é manter o mérito com a expansão acadêmica e em paralelo continuar a sua qualidade de serviço.
            A professora Deise Picanço disse que a ausência de conhecimento gera processo de exclusão e impende a universidade de ser mais plural. Foi dito também que desde que assumiu a coordenação da PROEC, tem buscado estabelecer um diálogo com os diversos setores da UFPR que buscam aprimorar as políticas afirmativas e o acesso a todos/as da comunidade, à universidade. Ela ressaltou da necessidade de flexibilização dos currículos em função desse novo momento da universidade e disse que já se iniciou uma discussão com a PRPPG nesse sentido. Pois segundo a professora “Não basta ter acesso ao conhecimento, mas é necessário ter acesso também às formas de construção e elaboração do mesmo”.
            O professor Edilson Silveira da PRPPG informou que até 2015 a UFPR estará titulando por ano o dobro de doutores titulados no ano passado (2012). Ele ressaltou a importante para a universidade de ter a participação da diversidade da comunidade entre os pós-graduandos/as da UFPR. Segundo ele, “não se pode ficar em um castelo de cristal, mas deve-se dialogar com toda a sociedade brasileira”, tendo ela dentro da universidade.
            O Reitor da UFPR, Zaki Akel lembrou o clima de tensão que houve na implementação das cotas na UFPR em 2004, quando o professor Carlos Moreira ainda era Reitor. Segundo ele agora há menos conflitos com relação à aceitação das cotas na graduação. Ele ressaltou a lei nacional de implementação de cotas como algo que ajudou a tornar menos tenso o clima de aceitação de cotas na UFPR. Zaki Akel falou da importância do Programa Nacional de Bolsas que auxiliam na permanência de muitos/as alunos/as na universidade pública. Disse que é necessária a boa formação de professores/as e lutar “para que a carreira de docente não seja como um sacerdócio, cheio de sacrifícios”, mas que os professores/as exerçam suas profissões com prazer e dignidade. Ele saudou os professores do Centro de Línguas e Interculturalidades da UFPR (CELIN UFPR) e lembrou da importância do centro de línguas  na formação dos alunos/as da UFPR em língua estrangeira como um todo.
Lembrou ainda, que durante a sua gestão o programa de assistência estudantil foi ampliado com a expansão do ensino na UFPR. A busca, tímida, da acessibilidade dos deficientes, entretanto, não falou da falta de investimento nas relações entre a academia e os novos sujeitos que se fazem presente no meio acadêmico. O Reitor encerrou sua fala lembrando a conversa que teve com a Secretaria da Igualdade Racial em Brasília sobre cotas na graduação e disse que enquanto as cotas na pós-graduação da UFPR não são uma realidade, é necessário apoiar esse curso de preparação para a pós-graduação.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ESTUDANTES DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFPR REPUDIA PRÁTICA DE ASSÉDIO MORAL POR PARTE DE PROFESSOR



Nota de repúdio à prática de assédio moral por parte do professor Arnaldo Ricobom.


         Os estudantes do curso de Geografia, coletivos e entidades estudantis assinantes, vêm por meio desta, manifestar repúdio às atitudes do professor Arnaldo Ricobom em sala de aula e às medidas tomadas de forma arbitrária pelo setor de Ciências da Terra, centralizadas pelo Prof. Donizeti Antonio Giusti.

         Segunda feira dia 24 de junho de 2013, durante a aula de Introdução à Cartografia, o professor Dr. Arnaldo Ricobom fez a seguinte piada, ao se referir a GPSs não militares: “Estes GPSs de carro só servem para te levar à favela para você ser metralhado”, dando a entender que estar na favela causa, automaticamente, ser metralhado.

         O aluno Ruan Antunes, presente nesta aula, sentiu-se ofendido com o comentário do Dr. Ricobom, e posteriormente enviou um e-mail formal para a coordenação do curso, conforme instruções dadas pela própria coordenação. Segue o e-mail do estudante:  

"Foi uma péssima piada!!

         Olá, professor Adilar. Sou aluno do primeiro período do curso de Geografia, turno da manhã, e busco, através deste email, notificar o departamento do curso a respeito de uma "piada", de autoria do Prof. Dr. Ricobom, em que ele, para exemplificar a má precisão dos sistemas de posicionamento global, afirma que os aparelhos de GPS sempre o desviam da rota, e o levam "às favelas, para ser metralhado" - afirmação que deu origem a muitas gargalhadas. Comentários feito esse, do Prof. Dr. Ricobom, me ofendem muito, pois estou ciente de como é dura a rotina dos moradores dessas comunidades! E relacionar a sua existência com o crime e a violência é um erro sem tamanho. Do que conheço de algumas "favelas", sou levado a crer que a concepção que o Prof. Ricobom dá ao termo é um tanto quanto equivocada, oriunda de um pré-conceito social que jamais esperava encontrar em âmbito acadêmico. Estou envergonhado pelo Prof. Dr. Ricobom!

Grato"

         Desde o primeiro dia de aula, o professor Arnaldo Ricobom deixou claro que não tem medo de reprovar turmas inteiras, caso algum aluno questionasse suas atitudes. Citou também alguns casos em que de fato, reprovou turmas inteiras. Seu método é cancelar trabalhos e aplicar notas arbitrárias a estudantes perseguidos. Há registros de abusos cometidos pelo mesmo desde a década de 80.

         Segunda Feira 01 de julho de 2013, o professor Dr. Arnaldo Ricobom, ao descobrir quem havia enviado o e-mail à coordenação, diz: “Então você é um imbecil idiota.”. O aluno tenta argumentar com o professor, porém este logo diz para ele: “Você cala a boca”. “Eu não tenho preconceito com essa população, eu tenho preconceito com atitudes imbecis de determinados alunos”. Segundo ele, “aqui na minha aula não se debate ideias. Se debate ideias nas Ciências Sociais, na Geografia Humana. Na Cartografia não se debate ideias”.

         Sem nenhum pudor de ameaçar as turmas inteiras diz: “na última vez que isto aconteceu eu reprovei uma turma toda por causa de um aluno que quis bater de frente comigo”, e diz ao aluno: “Você está negro comigo.”, que chocado, pergunta: “Por que negro?”, e o professor responde: “Você está na lista negra.”.

         Após o ocorrido, o próprio professor solicitou afastamento da disciplina, ao que na sexta feira dia 05 de julho, voltou atrás. De forma arbitrária, sem consultar os estudantes afetados pela decisão de retorno do docente, a chefia do setor representada pelo Prof. Donizeti Antonio Giusti, tentou colocar panos quentes sobre a situação. Não só acatou o pedido de retorno do professor sem consultar todas as partes afetadas, como entrou em sala afirmando que afastar o professor mancharia o nome do curso de Geografia.

         Nós, estudantes, desaprovamos piadas cujo teor reforça preconceitos sociais, como criminalização da pobreza, racismo, machismo e homofobia. Mas mais do que isso, não vamos aceitar assédio moral! Ameaças, não vão nos calar! Quem mancha o nome do curso é o professor que expõe, humilha e ameaça seus alunos.

Assinam esta nota:

Assembleia comunitária UFPR

Assembleia de estudantes UFPR

CAGEO – Centro Acadêmico de Geografia UFPR 
CAP – Centro Acadêmico de Psicologia UFPR 
DCE – Diretório Central de Estudantes UFPR

ANEL – Assembléia Nacional de Estudantes Livre 
Coletivo um convite à ousadia

GAU - Grêmio de Arquitetura e Urbanismo UFPR

Coletivo Juntos!

Coletivo Madame Satã

CAEF – Centro Acadêmico de Engenharia Florestal UFPR

Coletivo Leque – UFPR Litoral

C7 - Conselho dos Estudantes do Setor de Tecnologia UFPR

CAF – Centro Acadêmico de Farmácia UFPR

CAE – Centro Acadêmico de Enfermagem UFPR

ENEEnf – Executiva Nacional de Estudantes de Enfermagem

UNEGRO - União de negros e negras pela igualdade

CAHIS – Centro Acadêmico da História UFPR

Coletivo Levante Popular da Juventude do Paraná

CAGI – Centro Acadêmico de Gestão da informação UFPR

CATCI – Centro Acadêmico de Comunicação Institucional UFPR

CAFIL – Centro Acadêmico de Filosofia UFPR

CAEB – Centro Acadêmico de Biologia UFPR

CAAT – Centro Acadêmico de Pedagogia UFPR

CAAV – Centro Acadêmico de Artes Visuais UFPR

DCE – Diretório Central de Estudantes UFMA

CAAgro – Centro Acadêmico de Agronomia UFMA

CASS – Centro Acadêmico de Serviço Social UFMA

CAEF – Centro Acadêmico de Educação Física UFPR

Coletivo Outros Outubros Virão

DCE Livre da USP

CAGEO – Centro Acadêmico de Geografia UEPA

CEGEP - Centro Acadêmico de Geologia UFPR

PAR - Partido Acadêmico Renovador

Coletivo Levante!

FENED - Federação Nacional dos Estudantes de Direito

DCE - Diretório Central dos Estudantes - UNICENTRO

CAHIS - Centro Acadêmico de História - UNICENTRO

Coletivo Kizomba - PR

DAEBB - Diretório Acadêmico de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnológia UFPR

UPE - União Paranaense dos Estudante

CAD - Centro Acadêmico de Direito UFA

CAECAT - Centro Acadêmico de Engenharia de Controle da Automação IFAM

DCE - Diretório Central dos Estudantes UEM

CAL- Centro Acadêmico de Letras UEM

CAGG - Centro Acadêmico de Geografia Gnaisse Puc-Rio

DAEL - Diretório Acadêmico de Engenharia Elétrica - UFPR

FEAB - Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil 
DCE - Diretório Central dos Estudantes UNIOESTE Foz do Iguaçu

CAGEO - Centro Acadêmico de Geografia UVA

Coletivo El Viraje! Corriente Estudiantil - Argentina

CAEA - Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental UFPR 
DAEP - Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná UFPR

CACE - Centro Acadêmico de Ciências Econômicas UFPR

DAEP - Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná

Coletivo de Estudantes Negros e Negras da UFPR - coletivosouneguinh@googlegroups.com

OBS: Nós estamos assinando como coletivo de estudantes e não como NEAB como sugerido pelo Leandro.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BANCAS REVELADORAS

Os ausentes & os invisíveis

Quarta-feira, 11 de Julho de 2012   |   ISSN 1519-7670 - Ano 16 - nº 702
Feitos & Desfeitas
Por Júlio Ribeiro Xavier em 10/07/2012 na edição 702

   


               A última fase do processo da cadeia de produção e distribuição dos produtos de jornalismo impresso e editoriais, as bancas de jornais e revistas, apesar das mídias eletrônicas, ainda possuem a importante atribuição de nos informar dos fatos mais importantes do nosso dia-a-dia.
               Ainda é através das bancas que a grande mídia difunde as notícias e vários outros assuntos. Nas bancas, você encontra revistas que abordam os mais variados temas, como moda, música, religião, esporte, saúde, profissão, quadrinhos etc. Instaladas em lugares estratégicos, próximas das padarias, das farmácias, dos mercados e nas esquinas, não se consegue passar por uma banca sem que por ela tenha que parar. As previsões apocalípticas não se concretizaram, os jornais e as revistas continuam nas bancas. Não como antes, mas as gráficas não pararam.
               Mas é curioso que ao depararmos com a exuberância das cores das revistas e jornais expostos em seu interior e exterior, as bancas não exibam os rostos negros e pardos que habitam essa imensa nação multiétnica. Não é por acaso que grandes emissoras de TV, rádios, revistas de grande circulação e sites de prestígio dão tanto espaço para pretensos acadêmicos condenarem as políticas públicas em favor da população negra deste país, particularmente o sistema de cotas nas universidades públicas. Esses debates, que utilizam como argumento predominante o mérito, na verdade escondem o receio de perder privilégios.

Intenção revelada


               Mesmo com a engenhosa sutileza do racismo brasileiro, as bancas de jornais e revistas conseguem “revelar” a face mais perversa do nosso racismo. A invisibilização da população negra. O que o Estado brasileiro tardiamente reconheceu e a grande mídia insiste em ocultar, as bancas de jornais e revistas “revelam” que existe.
               Em recente visita ao Brasil, o cineasta americano Spike Lee se disse surpreso com a primeira de suas constatações: a ausência de negros na mídia brasileira. Na primeira vez em que esteve no Brasil, 25 anos atrás, Lee ficou “chocado” ao ver que na TV, em revistas, não havia negros. O cineasta americano afirmou ainda: “Quem nunca veio ao Brasil e vê a TV brasileira via satélite vai pensar que todos os brasileiros são louros de olhos azuis.”
               As bancas “revelam” que os negros não se vestem, não compram carros, não escovam os dentes, não praticam esportes, não têm filhos, não comem margarina, não cuidam da saúde e também odeiam participar de campanhas publicitárias. Enfim, as bancas de jornais e revistas “revelam” a verdadeira intenção da classe que detém o controle da mídia no Brasil.


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[Júlio Ribeiro Xavier é historiador, Pelotas, RS]