quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Aos Erês e às crianças, o CARURU.

Foto de Jorge Santana.
Aos Erês e às crianças, o CARURU. 


















Foto: Raquel Monteiro

Por: Jorge Santana


Nas casas dos seguidores e simpatizantes das religiões de matriz africana e afro-brasileira, são oferendados e servidos um 'complexo' prato com comidas oferecidas às divindades da natureza, aos Orixás. No prato, vão desde caruru, vatapá, abará, xinxim de galinha, feijão preto, feijão fradinho, arroz de leite, farofa de azeite de dendê, farofa de mel, inhame, flôr de omolu, pedaços de cana, pedaços de rapadura, etc., e para beber aruá. Para que o evento aconteça, existe uma mobilização da comunidade. A ritualística vai desde a organização para as compras dos produtos e alimentos, passa pelo metodológico preparo de cozinhar pensando sempre nas divindades. Continuam as atividades com o serviço de distribuição dos “pratos”. Cada pessoa servida é brindada com um prato de barro, prato de Nagé, como lembrança, O tamanho da celebração e festa varia de dezenas à milhares de pessoas.

Essa manifestação sagrada, religiosa e cultural agrega vários elementos das cosmovisão africana e das suas mitologias, expressões, práticas e modos de fazer, tradições, resistência ao colonizador, vida em comunidade, respeito à ancestralidade etc. Toda a comunidade, em regime de mutirão, participa de alguma forma, as atividades duram mais que 72 horas, as crianças sempre presentes. O evento tiveram origem nas formas distintas de convivências dos diversos povos africanos que habitaram na Baia de Todos os Santos, e ressignificaram ou não, os seus modos de vida e cultura. 



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MACHADO, Vanda. Tradição Oral e Vida Africana e Afro-Brasileira. In.: Literatura afro-brasileira Orgs.: LIMA, Maria Nazaré et SOUZA, Florentina. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
VERGER, Pierre. Notícias da Bahia – 1850. r. 2ª ed. Corrupio. Salvador. 1999.

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